A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) vai apresentar, nesta quinta-feira (9), uma proposta de reajuste salarial após ameaça de greve dos seus funcionários. O anúncio deve acontecer durante reunião com o sindicato, às 9h.
De acordo com o Diário do Comércio, a Usiminas já havia divulgado uma sugestão de reajuste salarial referente à variação de 4,6%, acumulada nos últimos doze meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Tratava-se de um aumento real de 0,57%, com mais de 10% no vale-alimentação (VA). Entretanto, a proposta foi rejeitada pelo sindicato. Isso porque os trabalhadores estão solicitando mais 7% nos salários e o dobro do valor que é recebido pelo VA, que é de R$ 500.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa), com base nas exigências dos funcionários, elaborou um documento com 64 reivindicações de melhorias em relação ao trabalho e ao custo-benefício. O atual diretor do sindicato, Geraldo Magela, informou que a siderúrgica pediu mudanças na proposta e tentou propor um acordo conjunto, mas sem êxito.
“A nossa reivindicação é que ela (Usiminas) melhore, nós não passamos valores para a empresa, porque ela vai passar os valores e são os trabalhadores – em assembleia – que vão definir”, disse. “Mas 0,57% de aumento e apenas mais R$ 50,00 no VA não passam. Ela tem que aumentar o VA e o reajuste salarial para daí ter assembleia”, completou.
A Usiminas afirmou, em nota, que a “implementação do estado de greve pelos trabalhadores faz parte do processo democrático de negociação”. As atividades da siderúrgica seguem operando normalmente.
De acordo com a reportagem, a empresa demitiu, há cerca de um ano, mais de 100 pessoas na planta de Ipatinga, devido à concorrência com a importação de aço da China. A projeção era encerrar o ano de 2024 com investimento de R$ 1,1 bilhão e investimentos em torno de R$ 1,7 bilhão em 2025, em projetos como reforma da Coqueria 2, nova planta de PCI (Sistema de Injeção de Carvão Pulverizado) do alto-forno 3 e um novo gasômetro.