O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil e de muitos outros países caiu durante a pandemia de covid-19 e esta queda não se deu de forma homogênea entre os municípios e Estados. Um relatório divulgado nesta terça-feira, 28, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) revela quais Estados brasileiros tiveram maior queda no IDH Municipal entre 2019 e 2021 e qual o nível de desigualdade de gênero e raça (neste caso, especificamente entre brancos e negros).
Os valores apresentados pelo PNUD consideram o IDH Municipal (IDHM), uma metodologia adaptada do IDH que estima não só os níveis de longevidade, taxa de escolaridade e renda da população, como também a qualidade de vida da população e a garantia ao acesso ao conhecimento e à saúde naquela região.
O estudo mostra que todos os Estados brasileiros tiveram queda no IDHM no período da pandemia, mas alguns conseguiram minimizar os danos. E estes não foram, necessariamente, os que tinham maior recurso financeiro.
“Estados que foram capazes de construir consensos em torno de agendas de políticas públicas para debelar e para lidar com as dificuldades da covid-19 tiveram, pela leitura do IDH, um desempenho diferenciado e mais positivo do que outros”, afirma o representante residente do PNUD no Brasil, Claudio Provida.
Prova disso é que o Estado com pior IDHM no País até a pandemia, o Maranhão, teve queda no índice inferior à do Distrito Federal, que é considerado muito desenvolvido (-2,6% e -5,2%, respectivamente). Segundo Provida, houve boa gestão do Maranhão sobre a crise do coronavírus.
“Não é uma questão de dinheiro, de orçamento, de gastos públicos. Às vezes, com boa governança, liderança, políticas, boas institucionalidades, pode-se realmente ter um aceleramento no desenvolvimento humano”, diz.
Alagoas e Sergipe tiveram o melhor desempenho, com baixa de apenas 0,4%. Já o Amapá e Roraima tiveram as piores queda, de 6,6% e 6,7%, respectivamente. Dos seis Estados que tinham IDH considerado “muito alto” em 2019, só dois mantiveram o posto: São Paulo e Distrito Federal.
O número de Estados com IDHM considerado “médio” subiu de dois para sete. As regiões Norte e Nordeste foram as mais impactadas.
foto, prédio sendo construído na Vila Andrade e ao fundo comunidade no Jardim Ângela. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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