Um espaço pra todas as vozes? Museu de Arte da Bahia completa 107 anos

Um espaço pra todas as vozes? Museu de Arte da Bahia completa 107 anos

Um espaço pra todas as vozes? Museu de Arte da Bahia completa 107 anos
Um espaço pra todas as vozes? Museu de Arte da Bahia completa 107 anos (Foto: Reprodução)

O Museu de Arte da Bahia (MAB) acaba de completar 107 anos. Parece muito tempo, não é? E é mesmo. Mas por muito tempo esse espaço serviu como vitrine para a história contada pelos poderosos – uma narrativa elitista, colonial, onde só cabiam os rostos, objetos e símbolos da aristocracia baiana.

Agora, o MAB promete virar essa página. Com um novo conceito curatorial, o museu abre portas para representatividade étnica, racial e de gênero, trazendo para o centro do debate quem sempre ficou às margens. Essa mudança inclui novos espaços expositivos e um reposicionamento que busca dialogar com o povo, com a Bahia real – diversa, plural, pulsante.

Mas, como ativista social, eu pergunto: essa mudança vai ser só estética ou vai tocar na raiz do problema?

Porque, sejamos sinceros, museu não é só prédio chique com quadro na parede. Museu é memória viva. E memória viva não pode excluir o povo que construiu essa cidade com suor, dor e resistência. O MAB quer dar espaço para artistas negros, mulheres, trabalhadores, mas será que vai abrir as portas de verdade para as comunidades periféricas? Ou vamos continuar vendo a cultura ser consumida por poucos, enquanto muitos seguem sem acesso?

Se essa nova fase for real, ela pode romper com séculos de exclusão e transformar o museu num lugar de pertencimento. Imagina crianças de bairros populares visitando exposições que contam a história dos seus ancestrais? Imagina a juventude preta se vendo representada e entendendo que arte também é dela? Isso sim é revolução cultural.

Mas se for só uma “modernização de fachada”, continuaremos com um museu bonito para foto, mas vazio de significado para quem mais precisa.

Cultura não é luxo, é direito!

Compartilhe essa matéria e reflita: de quem é a memória que está sendo contada e quem ainda está de fora dela?

Por: Jornalista Nilson Carvalho, Embaixador dos Direitos humanos, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro


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