BLOQUEIO NA BR-324: O CAOS À VISTA EM SIMÕES FILHO – QUEM VAI PAGAR ESSA CONTA?
BLOQUEIO NA BR-324: O CAOS À VISTA EM SIMÕES FILHO – QUEM VAI PAGAR ESSA CONTA?

Por: Jornalista Nilson Carvalho, Embaixador dos Direitos humanos
Mais uma vez, a população trabalhadora será colocada à prova. A partir de 21 de julho, o acesso a Simões Filho pela BR-324, na altura do trecho Sibra (Indústrias), será bloqueado para obras de duplicação da BA-093. Durante 60 longos dias, de segunda a sexta-feira – e até em alguns sábados –, motoristas e trabalhadores terão que se virar para enfrentar desvios, engarrafamentos e atrasos.
A justificativa? Obras de “melhoria”. Mas será que a melhoria virá de fato para quem depende dessa estrada para sobreviver? Ou será apenas mais um investimento que beneficia grandes empreendimentos industriais enquanto o povo paga com estresse, perda de tempo e prejuízo?
Os horários são cruéis: das 6h às 17h, justamente quando milhares de pessoas estão indo e vindo para o trabalho. Enquanto isso, quem precisa garantir o pão de cada dia – motoristas de aplicativos, caminhoneiros, feirantes, funcionários de fábricas – será empurrado para desvios improvisados.
As rotas alternativas indicadas pela concessionária parecem simples no papel: seguir mais 1,5 km pela BR-324, acessar a saída 604, fazer um retorno e pegar a saída 603. Mas quem conhece a realidade do trânsito na Região Metropolitana de Salvador sabe que cada minuto perdido é mais fila, mais poluição, mais insegurança.
E quem garante que, durante esses dois meses, haverá de fato equipes orientando e garantindo a segurança, como prometido? Quantos acidentes e transtornos serão necessários para que se ouça o grito da população?
Este bloqueio escancara um problema maior: a falta de planejamento urbano e social que sempre coloca o trabalhador em último lugar. Obras são necessárias, sim. Mas por que nunca existe um plano que minimize os impactos para quem mais sofre? Por que não há transporte público de qualidade, alternativas coletivas ou um diálogo real com a comunidade?
Enquanto os grandes projetos avançam, o povo continua preso em congestionamentos, respirando fumaça e perdendo tempo de vida.
É hora de questionar: para quem são feitas essas obras? Quem ganha com isso e quem paga o preço?
Leia, compartilhe e reflita: não há progresso verdadeiro quando a dignidade das pessoas fica à margem do caminho.
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