“Trem Salvador–Feira: um trilho para o progresso ou mais uma promessa que não chega ao povo?”

“Trem Salvador–Feira: um trilho para o progresso ou mais uma promessa que não chega ao povo?”

“Trem Salvador–Feira: um trilho para o progresso ou mais uma promessa que não chega ao povo?”
“Trem Salvador–Feira: um trilho para o progresso ou mais uma promessa que não chega ao povo?” (Foto: Reprodução)

Enquanto milhões de baianos enfrentam engarrafamentos diários, ônibus lotados, insegurança e um transporte que castiga o corpo e a dignidade, surge uma promessa bilionária sobre trilhos: o projeto do trem de passageiros Salvador–Feira de Santana, apresentado ao ministro dos Transportes em Brasília.

Uma viagem de 35 minutos que pode mudar vidas.

A proposta da empresa TIC Bahia, levada pelo deputado Zé Neto (PT-BA), promete reduzir o tempo de viagem entre as duas maiores cidades da Bahia de 1h11 para apenas 35 minutos, beneficiando até 85 mil passageiros por dia. São 98 km de linha férrea com trens elétricos e modernos que, além de transportarem pessoas, escoariam cargas com eficiência — uma obra orçada em impressionantes R$ 6,8 bilhões.

Mas quem realmente será transportado por esse progresso?

Com 10 estações previstas, passando por bairros e cidades marcados por desigualdade social, é impossível não se perguntar: o povo pobre que hoje sofre nos pontos de ônibus terá acesso a esse trem? Ou ele será mais um símbolo de mobilidade seletiva, acessível apenas a quem pode pagar os R$ 45 por viagem?

Enquanto empresários projetam um faturamento anual de R$ 1,1 bilhão com embarques e cargas, famílias seguem gastando 3 horas por dia entre casa e trabalho, enfrentando perigos, cansaço e a invisibilidade de um sistema que ignora sua urgência.

A mobilidade só é justa quando transporta dignidade.

O projeto promete reduzir acidentes, aliviar a BR-324 e diminuir a emissão de gases poluentes. Mas para isso não ser só uma engenharia de papel, é preciso garantir que esse trem carregue gente de verdade — a diarista de Simões Filho, o estudante de Santo Amaro, o operário de Candeias — e não apenas um punhado de cifras e interesses políticos.

Que o trem do futuro não deixe ninguém na estação.

 “Não adianta falar em progresso se o povo continua esperando no ponto.”

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Foto: Internet

Por: Dimas Carvalho – Colunista Jornal Papo de Artista Bahia


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