EXCLUSIVO | Invisíveis nas Alturas: PCDs Viajam Sem Acesso a Banheiros em Voos Comerciais Por Malu Araújo – TV BAHIA 3 | Reportagem Especial
EXCLUSIVO | Invisíveis nas Alturas: PCDs Viajam Sem Acesso a Banheiros em Voos Comerciais Por Malu Araújo – TV BAHIA 3 | Reportagem Especial

Em pleno século XXI, enquanto o mundo discute acessibilidade e inclusão, uma realidade estarrecedora permanece invisível aos olhos da maioria dos passageiros: não existem banheiros adaptados para Pessoas com Deficiência (PCD) na maioria dos aviões comerciais.
A constatação veio à tona de forma dramática na última edição do programa Papo de Artista Bahia. Durante a entrevista com a Dra. Lu Rufino — médica, ativista e PCD —, o apresentador Nilson Carvalho ficou visivelmente abalado ao ouvir o relato da convidada: em um voo de 13 horas com destino a Londres, ela não pôde usar o banheiro uma única vez.
“Não é só desconforto. É humilhação. É ser impedida de atender a uma necessidade fisiológica básica simplesmente porque a estrutura da aeronave não considera minha existência”, relatou a Dra. Rufino, emocionada.
A situação não é isolada.
A investigação da TV BAHIA 3 revela que, atualmente, nenhuma das grandes companhias aéreas que operam voos internacionais com saída do Brasil oferece banheiros adequados para cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida.
A maioria das aeronaves comerciais, mesmo as de grande porte, possui sanitários extremamente estreitos, sem barras de apoio, acesso para cadeira de rodas ou espaço de manobra. Em algumas frotas, existem adaptações parciais, mas que dependem de requisições prévias ou condições técnicas que raramente se concretizam.
O que dizem as companhias?
Procuradas pela reportagem, diversas empresas aéreas responderam com declarações genéricas sobre “compromisso com a inclusão” e “planos futuros de melhoria”. Nenhuma delas, no entanto, apresentou prazos ou políticas concretas para a adaptação dos sanitários.
Enquanto isso, milhares de passageiros PCD continuam enfrentando voos longos sem poder ir ao banheiro.
Uma deficiência estrutural ignorada
Especialistas em acessibilidade apontam que a omissão não é apenas técnica, mas cultural. “Não se trata apenas de engenharia aeronáutica, mas de uma sociedade que ainda enxerga a deficiência como exceção. A acessibilidade não pode ser vista como um favor — é um direito”, destaca a urbanista e pesquisadora em mobilidade inclusiva, Renata Silva.
Um apelo ao mundo
A TV BAHIA 3 se une à voz da Dra. Lu Rufino e de tantas outras pessoas silenciadas nas cabines dos aviões. Se a acessibilidade ainda não decolou nos céus do mundo, cabe à imprensa, às autoridades e à sociedade civil pressionarem por mudanças urgentes.
Porque, no fim das contas, como estamos tratando nossos filhos, amigos, pais e cidadãos PCDs?
Será que as Pessoas com Deficiência não são humanas como qualquer um de nós?
Ou será que a humanidade desaprendeu a ver o outro?
Quem está louco: eu ou o mundo?
“Quando até o céu tem limite, é sinal de que a exclusão decolou antes da dignidade.”
Foto: Dra. Lu Rufino
Texto: Jornalista Malu Araújo & Nilson Carvalho TV BAHIA 3
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